As condições de vida do trabalhador frente ao Corona Vírus

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                                                           Imagem: The Intercept 
O abismo para qual o capitalismo caminhava tomou maiores proporções com a pandemia protagonizada pelo Covid-19. O vírus que teve início na China rapidamente se propagou por quase todo o globo terrestre e logo expôs a fragilidade do capitalismo frente a uma questão coletiva. A economia global segue em queda constante e com a quarentena decretada, boa parte dos trabalhadores encontram-se fora de serviço, com isso, a falácia de quem move a economia são os patrões cai por terra, o mercado não consegue se sustentar sozinho e a crise capitalista que já antecedia o corona vírus cresce ainda mais e coloca a burguesia em estado de pânico.

No Brasil a situação não é diferente, diversas medidas foram tomadas para preservar a estabilidade econômica, ou melhor, conservar a riqueza da burguesia. No último dia 22 foi publicada pelo Governo Federal a MP (Medida Provisória) 927/2020 que inicialmente autorizava a suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses sem direito a remuneração ao trabalhador, porém tamanha foi a indignação da população que fez com que Bolsonaro revogasse tal medida, no entanto, o governo segue estudando a possibilidade de cortar 67% do salário de algumas categorias e 50% dos demais trabalhadores.

De qualquer forma, outros pontos da MP 927 ainda se mantém como por exemplo a antecipação das férias que é mais um ataque ao povo, que teria esse período destinado ao descanso ou teria tempo livre para aproveitar para ir ao teatro, cinema, viajar, agora será confiscado e terá que ficar em quarentena por todo esse período, praticamente sem acesso nenhum às opções de lazer.

Já a medida de restrição social implementada inicialmente pelos governadores de SC, SP e RJ é um ponto a ser levado em conta, que de certa forma ajudou a conter a disseminação do vírus, porém como nem tudo são rosas, a medida apresentada serve aos empresários e deixa o povo refém da sorte ou se lança a faze-los pagar pelo prejuízo. Em tempos de lucro e alta na bolsa de valores quem lucra e tira proveito são os 1% da população, agora, em um cenário de crise, querem que o prejuízo seja pago pelos pobres.

Já no estado de São Paulo os servidores públicos sentem na pele ainda mais as medidas tomadas pelo desgoverno, mais precisamente, pelas medidas aplicadas pelo atual governador João Dória (PSDB). A medida aprovada faz com que qualquer servidor do estado tenha as férias e também a licença prêmio, que só é concedida a cada 5 anos, antecipadas, e no caso do servidor que não tenha nenhum desses direitos disponível, o mesmo será obrigado a voltar ao trabalho independente se faz parte do grupo de risco ou se há risco de contagio. Tal medida é um verdadeiro roubo de férias e direitos, no qual se aproveitam de situação de uma calamidade pública para economizar o dinheiro com os trabalhadores e dá-lo aos empresários por meio de privatizações, concessões e terceirizações. Uma clara demonstração de que mais uma vez quem arca com as consequências é a classe trabalhadora.

Uma outra parte do proletariado vive um drama ainda mais profundo, os trabalhadores informais, que na maioria das vezes trabalham com aplicativos como Rappi, iFood, 99 e Uber, que no caso esses trabalhadores nem sequer possuem vínculos trabalhistas com tais empresas e não têm direito ao “luxo” de ficar em quarentena e se veem em uma situação de desamparo em que são obrigados a se arriscarem diante a epidemia e ir para as ruas sem ter a certeza se conseguirão obter o valor necessário para pagar as contas no final do mês e colocar alimento na mesa. Tal situação expõem a crise do desemprego e o crescimento da informalidade que vinham se estendendo e jogadas para baixo do tapete, com o Corona Vírus tomou maiores proporções.

Essas situações são nada mais que o retrato da dura realidade no capitalismo onde a engrenagem mais importante que movimenta a sociedade é o lucro enquanto os trabalhadores são apenas mais um mero detalhe a ser levado em conta, tendo importância unicamente sua força de trabalho que produz todo o acúmulo capital da burguesia.  Nesse cenário as medidas a serem tomadas pelo governo certamente terá como objetivo manter a estabilidade e o lucro das empresas e sustentar a burguesia como classe dominante. O Covid-19 é o catalisador da crise global e o capitalismo o verdadeiro vírus a ser combatido. É necessário lutar em prol da classe trabalhadora que só terão seus direitos assegurados com um governo dos trabalhadores para os trabalhadores. Pelo Fora Bolsonaro por um governo sem patrões nem generais.

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