Secundaristas organizam live sobre a construção de grêmios livres em Florianópolis
Na última Sexta-feira, dia 10 de Setembro, foi organizado pelos estudantes da Comissão Pró-Grêmio da Escola Estadual Jovem da Ilha e militantes da Liberdade e Luta de Florianópolis um evento para compartilhar conhecimentos e experiência sobre o movimento estudantil e animar a luta para reativar a União Florianopolitana dos Estudantes Secundaristas (UFES).
Inicia-se a live com uma fala do camarada Carlos Dubaj, um secundarista de Florianópolis. Ele faz uma introdução ao debate e aos pontos principais abordando a importância da união dos estudantes sob suas organizações próprias de maneira bem fluída e citando exemplos. Não se limitando a importância dos grêmios individuais, Carlos Dubaj faz uma introdução dos temas posteriormente abordados tratando da importância da expansão do movimento local para algo municipal, estadual e “eventualmente do Brasil inteiro… Quem sabe?”
Em seguida, o militante e estudante secundarista Theo Munarim aborda do processo de transformação dos estudantes em uma força coletiva e livre para agir por si própria. Do processo que vai do estudante individual, que vai tomando consciência e percebendo que tem interesses similares aos dos outros estudantes – afinal de contas não teriam todos eles interesses numa escola melhor, com salas menos cheias e com mais investimento? – e conforme um número cada vez maior de estudantes percebe isso, eles podem se unir em um grêmio estudantil, isto é, um sindicato livre dos estudantes. Esse sindicato dos estudantes é um coletivo que consegue ser mais forte que a soma dos estudantes individuais. Forte em que sentido? No sentido que 100 estudantes sozinhos, isolados, não conseguem fazer muito, mas, 100 estudantes organizados em um grêmio estudantil são capazes de liderar uma ocupação de escola. São capazes de pressionar o governo a melhorar as condições de ensino. O mesmo princípio se aplica em escala municipal, estadual e até mesmo nacional. A união cada vez maior dos estudantes é capaz de levar adiante lutas cada vez maiores e até mesmo fazer explodir uma Revolução num país inteiro – como citado no caso da Revolução Francesa de Maio de 1968, que, com a classe operária entrando em cena, colocou o capitalismo francês de joelhos.
Para compartilhar a experiência prática de um movimento, veio a camarada Mayara Colzani, que era integrante e militante ativa da União Joinvillense dos Estudantes Secundarista (UJES) por volta de 2007. A UJES tinha um blog e um jornal onde divulgavam suas ideias e lutas com ênfase no programa por um Sindicato dos Estudantes, que represente democraticamente os interesses dos estudantes e lute pela sua organização. A entidade deve ser independente política e financeiramente, sustentada pelos próprios estudantes e que não seja subserviente ao Estado burguês ou aos diretores, mas sim, que obedeça somente aos próprios estudantes.
Um tema que foi tratado em todas as falas foi a atualmente existente União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). A UBES foi uma organização que, nos seus princípios, era combativa na luta revolucionária junto com a classe trabalhadora por uma educação pública, gratuita e para todos e pelo socialismo. Infelizmente, hoje, depois de um longo processo de dependência econômica e política ao Estado, que permitiu surgir uma burocracia oportunista que controla o movimento de cima, a UBES não passa de uma sombra do que ela era no passado. Uma sombra que em vez de mobilizar o movimento estudantil, serve de entrave.
Para concluir, Theo fala da necessidade e possibilidade de reconstruir e expandir o movimento estudantil. Fala de como é preciso um movimento revolucionário dos estudantes que tome o papel de liderança nas lutas em movimento. Nós, no nosso pequeno começo, temos diante de nós um enorme vácuo político que aguarda ser preenchido. A existência desse vácuo nos permitirá avançar com velocidade, nos permitirá mudar o país. Mas, para fazer isso, é preciso unir os estudantes sob uma bandeira e sob o programa certo.
Junte-se a nós na reativação da UFES, pela construção de verdadeiros sindicatos de estudantes da base até a UBES e pela transformação revolucionária do Brasil e do mundo!
A live ficou disponível em nosso canal do YouTube, você pode assistir aqui.