Solidariedade do vereador Eduardo Suplicy à Campanha em Defesa da Vida da Professora Mara

O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou e aprovou na Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo, no dia 06 de outubro de 2020, moção de solidariedade à Prof.ª Mara endereçada ao governo do Estado de SP, João Doria (PSDB).

A Campanha em Defesa da Vida da Prof.a Mara e a Liberdade e Luta agradecem profundamente a iniciativa do companheiro Suplicy. Ela é muito importante para reforçar nossa campanha diante da recusa do governo estadual em atender à exigência protocolada com mais de 1500 assinaturas de transferência compulsória do grupo de estudantes que ameaçaram a vida da Prof.ª Mara.

O texto da moção teve o cuidado de não apenas apresentar solidariedade à Prof.ª Mara, mas também apresentar seu currículo e uma vasta citação dos materiais elaborados pela campanha, inclusive os prints das mensagens trocadas no grupo “Morte à Mara” onde claramente se verifica o conteúdo neonazista e a conspiração para a morte da professora.

A solidariedade de classe é um dos mais importantes pilares do movimento operário e da juventude, que preservamos e defendemos. Por isso, ao tomarmos conhecimento da moção em maio desse ano, após tomar algumas medidas ainda de continuidade da campanha, nos debruçamos a registrar nosso agradecimento.

A Campanha em Defesa da Vida da Prof.ª Mara continua por vias judiciais, uma vez que os estudantes foram aprovados no Conselho Escolar (veja o balanço da campanha de Fev./2021 https://liberdadeeluta.org/node/685). Mas nós não temos ilusões no judiciário e em suas leis, sabemos da podridão presente nessas instituições, cravamos uma cunha nelas, em defesa das vidas proletárias.

A campanha continua, para além das medidas judiciais necessárias à proteção da vida da Prof.ª Mara, no campo da luta de classes, combatendo o governo Bolsonaro, o projeto Escola Sem Partido, as raízes políticas para a ação desse grupo de orientação neonazista no interior de uma escola pública.

Enquanto o governo Bolsonaro permanecer, excrecências como essas se sentirão à vontade para tirar suas cabeças do buraco histórico de onde nunca deveriam ter saído. A campanha segue no combate ao neonazismo, a Escola Sem Partido e para pôr abaixo o governo Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais! Confira aqui o vídeo de atualização da campanha!

Link YouTube: https://youtu.be/4qFAe-iIOIk

Confira o manifesto aprovado no Encontro Abaixo Bolsonaro! Por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!

? Saiba mais sobre a campanha aqui: https://liberdadeeluta.org/taxonomy/term/670

Abaixo, apresentamos o texto completo e original da moção aprovada pelo vereador Suplicy e mais uma vez registramos nosso profundo agradecimento.

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MOÇÃO LIDA – texto original MOÇÃO 05-00026/2020 da Comissão de Educação, Cultura e Esportes

“MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE Ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Eduardo Tuma O Vereador que esta subscreve, vem requerer que, após tramitação regimental, seja encaminhada imediatamente ao Excelentíssimo Governador do Estado de São Paulo, João Doria a presente Moção de Solidariedade à Professora Mara Cristina Gonçalves da Silva, professora da ETEC de Franco da Rocha-SP, que vem sofrendo assédio de um grupo de estudantes da escola onde leciona, com orientação extremista, desde 2018, através das redes sociais, atentando contra sua vida, conforme o Despacho- do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE FRANCO DA ROCHA 2ª VARA CÍVEL- Mandado Processo Nº 1501205-17.2019.8.26.0198. A violência contra os professores não pode ser compreendida como apenas um fato que ocorre entre agressor e vítima. E tampouco como ocorrência exclusiva da sala de aula. É um dilema bem mais amplo. Envolve questão de saúde pública e do sistema de ensino. São Paulo, 16 de setembro de 2020. EDUARDO MATARAZZO SUPLICY VEREADOR” “JUSTIFICATIVA A Professora Mara Cristina Gonçalves da Silva, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política, Sociedade da PUC-SP, com a linha de pesquisa: Instituição escolar: organização, práticas pedagógicas e formação de educadores, sob a orientação da Profª Drª Helenice Ciampi. Possui especialização em Ética, Valores e Cidadania na Escola pela Universidade de São Paulo/Univesp, graduação e licenciatura plena em História pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor I – Etec Francisco Morato e professor II – Etec Dr. Emílio Hernandez Aguilar. Com experiência na área de História, com ênfase em História, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de história, patrimônio e cinema; e, na área de orientação educacional. Em abril de 2019, a Prof.ª Mara Cristina Gonçalves da Silva do Centro Paula Souza na ETEC de Franco da Rocha-SP, tomou conhecimento a respeito de um grupo de estudantes intitulado “Viva a Revolução! Morte à Mara”, existente desde fevereiro de 2018. O grupo era composto por estudantes do segundo ano de uma das salas onde ela leciona história. O grupo de estudantes passou a criticar seu método de ensino, suas bibliografias indicadas para leitura e trabalhos e a destilar ódio contra sua pessoa, suas características pessoais e a planejar o assassinato da professora. A professora teve acesso às fotos das mensagens no grupo em que havia frases de ódio, conspiração e planos de atentado à sua vida. Frases como “Morte à Mara”; “A Mara é fã do meu soco na boca dela”; “Morte à Mara: esse é meu slogan já, todos os meus discípulos têm que falar isso”; “Eu vou matar essa velha desgraçada, ela consegue acordar meu Hitler interior de uma maneira. Eu vou fazer um gás caseiro, seguir ela até a casa dela e jogar lá dentro. Quando ela sair eu vou tá esperando na porta da frente com uma machete”; “por mim a gente joga o surdo [estudante da mesma classe] na mesma câmara de gás que a Mara”; “Vou marcar ela com ferro de gado escrito ”FICHAMENTO” na testa”; “É só falar que vai demonstrar como era nos campos de concentração”; “Primeiramente, um ‘vai se fud*’ bem caloroso para todos os livros inúteis que você fez eu ler, em ver de passar a por* da matéria que nem uma professora decente. E um enorme, gigantesco, grotesco pau no seu c* pelo trabalho de sociologia infantil lá, que foi a coisa MAIS TRABALHOSA e ainda MAIS INÚTIL DA POR* DO ANO TODO, SUA OBESA VELHA DO CARAL*. ( ) E agora no fim do ano, vc vem com essa audácia de passar a porr* de uma Maquete ( ) Para terminar, se tem uma coisa que eu quero de Natal, é que você morra de uma forma pelo menos um pouco dolorosa, pois assim, não vou ter que aguentar seu método de ensino EXECRÁVEL que não me ajuda EM NADA por mais de um ano” demonstrando um discurso de ódio. É inaceitável o desrespeito e a banalização da vida humana. Toda solidariedade à Professora Mara Cristina Gonçalves da Silva.” REQUERIMENTO RECEBIDO PARA PUBLICAÇÃO REQUERIMENTO 07-00023/2020 (Lido e aprovado em 6 de outubro de 2020)

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