Comitê de estudantes da PUCSP por Fora Bolsonaro lançam manifesto para discutir o direito a educação em tempos de pandemia

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O capitalismo é um sistema econômico carregado de contradições. Por um lado, vemos uma imensa pilha de riqueza, um enorme desenvolvimento da tecnologia e da indústria e, por outro, milhões de seres humanos que, diante da miséria crescente, são forçados a manter péssimos hábitos alimentares e higiênicos. No entanto, para um sistema que produz tamanha riqueza, uma forma elementar de vida tão elementar, como um vírus, não deveria ser um problema dessa magnitude. Mesmo assim, a única forma de conter a propagação do vírus que pode oferecer esse sistema é o isolamento social, da qual somos favoráveis como estudantes e trabalhadores.

2.   O governo Bolsonaro como um bom lacaio do imperialismo norte-americano não tem nenhum plano emergencial para a saúde, nem mesmo para a educação. Seu ministro da saúde é um homem dos negócios e seu cálculo é para mandar à morte quem tem maior custo ao Estado.

3.   Desde a segunda quinzena de março, a PUC-SP, por meio de sua reitoria e mantenedora (Fundasp), suspendeu as atividades presenciais e assim vem fazendo desde então, através de comunicados que prorrogam a suspensão de tempos em tempos. No entanto, o calendário da universidade foi mantido, sem que houvesse o mínimo preparo da comunidade acadêmica e sem garantir antecipadamente que todos tenham acesso às aulas, devido à falta de condições. Isso está impondo uma responsabilização individual de professores e estudantes pelo cumprimento do calendário.

4.   É comum encontrar relatos de professores que não conseguem utilizar o Teams (plataforma fornecida pela universidade), que utilizam uma variedade de outras plataformas, inclusive aulas gravadas no YouTube, professores que, sem conseguir entender o funcionamento da plataforma, deram aula por mensagem de texto e assim por diante. Aqui não se trata de “culpar” os professores e sim da própria universidade que manteve o calendário, sem qualquer tipo de instrução prévia ao corpo docente. Naturalmente, isso impõe um estresse e sobrecarga de trabalho aos professores que precisam correr com conteúdo e prestar contas de diversas maneiras, aumentando o controle da instituição sobre seu trabalho.

5.   Por outro lado, nenhum tipo de e-mail ou consulta foi feita junto aos estudantes sobre suas condições materiais para atender às aulas remotas, principalmente os bolsistas. É comum relatos de estudantes que não tem computador ou tablet ou que não têm conexão wi-fi em casa e precisam pagar a mais do próprio bolso por pacotes de internet que não são suficientes para assistir nem a uma semana de aula.

6.   Mais gritante do que isso, um verdadeiro roubo está sendo praticado aos estudantes e famílias que continuam pagando integralmente suas mensalidades, sem utilizar a estrutura física da universidade e sem qualquer tipo de apoio estrutural dela para garantir que as aulas sejam ministradas para todos!

7.   A pandemia está impondo uma sobrecarga enorme para os estudantes e trabalhadores que, demitidos ou com seus ofícios suspensos, encontram-se com o nível da renda reduzido drasticamente ou mesmo sem renda. Isso está levando a que muitos estudantes das universidades privadas sejam obrigados a trancar seus cursos, aumento a evasão. A consequência disso será uma elevação ainda maior nas mensalidades, impossibilitando que tantos outros possam pagar. Para os que ficam, mensalidades mais altas, o único meio de garantir os superávits das universidades e a PUCSP está incluída nisso. Aliás, é assim que a PUC tem se mantido nos últimos anos: elitização.

8.   Defendemos o direito à educação pública, gratuita e de qualidade para todos. Em tempos de pandemia e nas universidades privadas isso passa pela exigência das garantias de estudo e trabalho para todos, estudantes e professores. Computadores, tablets, internet e todo tipo de material de apoio devem ser fornecidos aos estudantes e professores pelas mantenedoras das universidades privadas e enquanto isso não for garantido as mensalidades devem ser suspensas, sem prejuízo dos salários dos professores e funcionários, incluindo os terceirizados! Os estudantes e trabalhadores não devem pagar por essa crise!

9.   Se a PUC-SP e sua mantenedora, a FUNDASP, não podem atender a comunidade nesse momento tão delicado, impedindo a evasão de estudantes e dando garantias de estudo e trabalho para todos, a PUCSP deve ser entregue ao poder público por meio de sua federalização para se somar à luta por todo dinheiro necessário à educação e a ciência e pela derrubada do governo Bolsonaro, que já demonstrou ser inimigo da educação, dos estudantes e trabalhadores!

10.  Convidamos todos os estudantes da FEA-PUCSP e de outros cursos para se somarem à luta dos estudantes das universidades privadas pela garantia de condições de estudo e trabalho, contra a evasão e pelo fim do ensino pago, por educação pública, gratuita e para todos! Participe da conversa online dia 23/05 às 18h. Envie uma mensagem What’s App para 11 98263-3089 confirmando sua presença!

Lutamos por: 

  • Suspensão das mensalidades até que todas as condições sejam garantidas a todos os estudantes para continuidade do calendário!

  • Garantia de todas as condições para o estudo online para todos os estudantes: tablets, computadores e internet!

  • Nenhum estudante reprovado por falta!

  • Não aceitamos nenhuma demissão, nem de professores nem dos funcionários, incluindo os terceirizados!

  • Perdão para os inadimplentes! Nenhum estudante com matrícula bloqueada devido a falta de pagamentos!

  • Fora Fundasp! Federalização da PUCSP! Em defesa da educação pública, gratuita e da qualidade para todos!

  • Abaixo o governo Bolsonaro e tudo que ele representa!

Comitê de Estudantes da PUC por Fora Bolsonaro!

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