Março de lutas: da Comuna de Paris à luta por Fora Bolsonaro

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                                                                                Foto: UOL

A crise política brasileira ganha um novo capítulo com a queda de braço do Congresso e do Executivo. No centro está a disputa de cerca de 1% do orçamento federal, que os parlamentares pretendem controlar diretamente. A divisão da burguesia não podia ficar mais escancarada. De um lado, Bolsonaro reagrupa sua base de apoio contra o Congresso e o STF nos atos convocados para dia 15/03.

A Liberdade e Luta se soma à jornada de lutas de março (8M, 14M e 18M) defendendo o Fora Bolsonaro! A juventude não aguenta mais governos de defesa do capital, estamos fartos de pagar pela crise e somos a parcela que mais perdeu renda com ela. Para nós, está claro que é necessário derrubar esse governo, mas sem isentar o Congresso Nacional podre. A democracia burguesa não nos serve. Essas instituições estão totalmente apodrecidas e são utilizadas para atacar os trabalhadores, é só ver a aprovação da reforma da previdência no Estado de São Paulo e a truculência contra os servidores! Por isso, nas jornadas de luta de março, colocamos como luta central da juventude e dos trabalhadores o Fora Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais!

Esmagar o capitalismo e o machismo! Justiça para Marielle!

No dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, erguemos bem alto as maiores necessidades das mulheres trabalhadoras hoje: derrubar Bolsonaro, lutar pela revolução, esmagar o machismo e capitalismo, pela nossa emancipação!

No dia 14 de março, estaremos novamente nas ruas para exigir justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes, dois anos após a execução e sem punição para os mandantes. Há uma projeção para que no dia 31/03, o STJ julgue a federalização da investigação, isto é, a Polícia Civil do RJ, MP do RJ, Tribunal de Justiça deixariam de ser os responsáveis pela investigação e órgãos federais, como Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal tornariam-se os responsáveis. No entanto, esse pedido provavelmente será negado, pois argumenta-se que os acusados de cometer o crime – Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz – já encontram-se presos e a investigação “está avançando”. Isso somente demonstra que a justiça burguesa e suas instituições não são confiáveis e não servem aos trabalhadores! Somente uma investigação independente pode encontrar, de fato, os mandantes da execução e dar justiça à Marielle Franco e Anderson Gomes!

Greve Nacional da Educação

No dia 18 de março, dia da Comuna de Paris, voltaremos às ruas para defender serviços públicos, gratuitos e de qualidade para todos. Defesa de todo dinheiro necessário para a educação e o fim do pagamento da dívida pública!

Apesar dos chamados unificados das centrais sindicais e estudantis, essa greve está sendo construída como uma mobilização local, como um “ato unificado de lutas”, com palavras de ordem genéricas e que não apontam como perspectiva clara a derrubada do governo, mas que se limitam a pedir a troca de peças no Ministério da Educação, por exemplo, o que já se mostrou totalmente insuficiente, uma vez que qualquer outro ministro vai atender aos interesses gerais do governo Bolsonaro, que ataca a educação e a juventude. É preciso furar o bloqueio das direções, construir a mobilização pela base e lutar pela unificação dos movimentos num verdadeiro movimento de Greve Nacional da Educação para derrubar esse governo e tudo que ele representa!

Aprender com a história

O dia 18 de março desse ano é o 149º aniversário da Comuna de Paris, um dia histórico do movimento operário. Foi nele que, pela primeira vez, a classe trabalhadora tomou o poder do Estado como classe dirigente e estabeleceu um governo dos trabalhadores. Nessa experiência, precursora da nossa luta atual, a classe trabalhadora extinguiu a divisão dos poderes e aqueles que faziam as leis, trabalhavam pela sua execução e para verificar seus resultados, também respondiam diretamente por eles, era o povo auto-organizado em assembleias populares.

Nesse primeiro governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais, as conquistas foram impressionantes, algumas das quais lutamos ainda hoje: o fim da polícia, residências não usadas são ocupadas, os transportes tornam-se gratuitos e para todos, a aposentadoria é estabelecida aos 55 anos, a escola autoritária é abolida e o ensino torna-se público, gratuito, obrigatório e universal, declara-se o direito ao aborto, a anticoncepção e a livre informação sexual, o fim de toda a censura, etc.

Os trabalhadores da Comuna mostraram o caminho: é preciso destruir o Estado burguês e suas instituições para começar a erguer uma sociedade livre da opressão e exploração.
Queremos a liberdade real e aprendemos com a história que essa liberdade só pode ser alcançada numa sociedade socialista, que exproprie o capital, acabe com as fronteiras e coloque o trabalho a serviço das nossas necessidades e não do lucro! Para isso precisamos lutar! Junte-se a nós!

  • Em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade, para todos!
  • Em defesa dos serviços públicos! Fim do pagamento da dívida!
  • Esmagar o machismo e o capitalismo para liberar as mulheres da opressão! 
  • Quem mandou matar Marielle e Anderson? 
  • Fora Bolsonaro! Por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais!
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