Não aos cortes! Fora Bolsonaro, por um governo revolucionário dos trabalhadores

No dia 05 de outubro, mais uma vez somos atacados com um corte sobre os serviços públicos, e principalmente sobre a educação, feitos pelo governo Bolsonaro. Dessa vez, tivemos um bloqueio de R$ 328,5 milhões e, se somarmos os “contingenciamentos” anteriores, chegamos aos R$ 2,4 bilhões retirados da educação pública. Isso consolida a já lamentável situação das instituições de ensino federal, pois afeta a pesquisa, a extensão e a permanência estudantil, pondo também em estado de alerta a própria existência das instituições, pois retira delas as condições de pagar pelos serviços básicos e cruciais, como água e luz.

Esse corte, que vem quatro dias após as eleições, segue a cartilha de cortar na carne dos trabalhadores e da juventude para salvar o capital de sua própria crise, é um ataque contra os polos de resistência ao bolsonarismo. Assim, Bolsonaro reforça seu desprezo contra a ciência e a educação, avança na guerra de classe contra a camada que tem sido vanguarda nas lutas para pôr abaixo esse governo nas mobilizações de rua. Usando a desculpa de que precisa cumprir a lei da responsabilidade fiscal (lei aprovada sob o governo FHC para o cumprimento do pagamento da Dívida Pública) tira recursos dos estudantes e profissionais da educação para encher os bolsos dos parasitas credores da Dívida Pública interna e externa. 

Nós denunciamos mais esse ataque e explicamos que é necessário o combate pelo não pagamento dessa dívida, que só no ano passado consumiu cerca de 51% do orçamento da união! É um saque aberto contra a juventude e os trabalhadores que visa sucatear ainda mais os serviços públicos para entregá-los para a iniciativa privada. 

A resposta da juventude já começou. Nos dias seguintes ao anúncio dos cortes, tivemos mobilizações espontâneas dos estudantes por todo o país. Na UFRJ, o movimento estudantil realizou um ato na última sexta, dia 07. Na quinta, 06/10, a UFBA realizou a mobilização mais contundente até o momento. Milhares de estudantes, professores e trabalhadores da universidade foram às ruas dizer não aos cortes e basta a esse governo reacionário e ultraliberal.

No IFSP campus Pirituba, as militantes da Liberdade e Luta  se somam à mobilização contra os cortes e também levantam a importância da retomada da luta contra o assédio e as ameaças terroristas que receberam em setembro. 

Foi após a mobilização dos estudantes que a direção da UNE, UBES e ANPG tiraram um calendário de lutas e um ato nacional para o dia 18 de outubro. Até então, estavam apresentando uma consiga genérica “Defenda a Educação”. 

Aí está a prova da disposição da luta que está presente na juventude hoje, não há um sentimento de incapacidade entre as massas. O que existe é o bloqueio das direções, que buscaram ao longo de todo o mandato da Bolsonaro canalizar a luta para dentro das instituições e que, vendo-se pressionados pela base, convocam as mobilizações da base para uma semana com feriado no meio e o ato para somente duas semanas após o anúncio do confisco. 

Foi a pronta resposta dos estudantes que fez com que o governo recuasse no ataque e suspendesse os cortes, momentaneamente, e aqui está um ponto vital para a nossa luta. Nesse governo podre, nesse sistema podre, os ataques não têm fim. Sempre estarão espreitando na esquina.

Nos somamos às mobilizações convocadas pela UNE para o dia 18/10, explicando para a juventude as consignas capazes de mobilizar desde já e fazendo a ponte para a ruptura com o capital: Fim do pagamento da Dívida Pública, Interna e Externa! Abaixo a lei da responsabilidade fiscal! Todo dinheiro necessário para os serviços públicos!  

A juventude que combateu pelo Fora Bolsonaro desde 2019 nas mobilizações contra os cortes na educação retornará às ruas para dizer NÃO! Exigimos um futuro! Esse combate aos cortes passa pela derrota imediata de Bolsonaro no terreno das eleições, mas sem depositar nenhuma confiança em Lula e seu programa da conciliação de classes, cientes que teremos que permanecer organizados para arrancar de Lula as nossas reivindicações. Confiar apenas em nossa auto organização! Avançar sem ilusões nas instituições burguesas, pois é com nossa mobilização e auto organização, em unidade a classe operária, que é possível pôr abaixo os cortes e o governo Bolsonaro através de uma perspectiva revolucionária, por um governo dos trabalhadores sem patrões e generais. 

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